quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A Utopia existe

Em 1516, quando o Brasil tinha apenas 16 anos de idade, o filósofo Thomas More, inspirado em Platão, escreveu um livro crítico sobre os rumos que a Inglaterra estava tomando, que ecoa até hoje em qualquer plano políticos, a UTOPIA (que significa "Lugar que não existe".

Vários regimes políticos, dogmas partidários e conceitos sociais tentaram viver a Utopia, até hoje nada de concreto sobreviveu.

Mas eis que me deparei com esta cidade no interior da Dinamarca que parece ser o que mais aproximado da Utopia de More já existiu:

do site: http://gaivotanoazul.wordpress.com/2007/03/24/christiania-a-cidade-anarquista-na-dinamarca/


Christiania, a Cidade Anarquista na Dinamarca

A Lenda da Liberdade no coração gelado do capitalismo europeu:  na fria Copenhagen, Dinamarca, uma comunidade de dez mil pessoas vive num outro compasso.  Christiania não tem prefeito, não tem eleição e funciona sem governo, sem imposição de leis que controlem a organização social.  A lenda da cidade-livre da Dinamarca é real:  inspirada no Anarquismo, Christiania resiste há mais de 20 anos, inventando um jeito novo de conviver com os problemas da vida comunitária.
Christiania, a Cidade Anarquista na Dinamarca
Limpeza das ruas, rede de esgoto, manutenção dos serviços básicos, tudo é decidido e feito a partir de reuniões entre os moradores da cidade.  Eles se definem como uma comunidade ecologicamente orientada, com uma economia discreta e muita autogestão, sem hierarquia estabelecida e o máximo de liberdade e poder para o indivíduo.  Uma verdadeira democracia popular direta, onde o bom senso e o diálogo substituem as leis.  No Brasil, poucos conhecem a história da cidade-livre.  
Christiania começou a escrever sua história em 1971.  Foi a partir das idéias de um jornal alternativo, o Head Magazine, que um grupo de pessoas, de idades e classes sociais variadas, decidiu ocupar os barracos de uma área militar desativada na periferia de Copenhagen.  Era o início de uma luta incansável contra o Estado.  A polícia tentou várias vezes expulsar os invasores da área, mas sem sucesso.  Christiania virou um problema político, sendo discutida no parlamento dinamarquês.  
A primeira vitória veio com o reconhecimento da cidade-livre como um "experimento social", em troca do pagamento das contas de luz e água, até então a cargo dos militares, proprietários da área.  O Parlamento decidiu que o experimento Christiania continuaria até a conclusão de um concurso público destinado a encontrar usos para a área ocupada.  
Em 73 houve troca de governo na Dinamarca e a situação de radicalizou: o plano agora era expulsar todos e fechar o local.  O governo decretou que a área seria esvaziada até o dia 1º de abril de 1976.  Na última hora, o Parlamento decidiu adiar o fechamento de Christiania.  A população da cidade-livre tinha se mobilizado para o confronto com o Estado, mas a guerra não aconteceu.  O dia 1º de abril tornou-se o dia de uma grande manifestação da Dinamarca Alternativa.  
Ao longo dos anos, a cidade-livre aprimorou sua autogestão:  casa comunitária de banhos, creche e jardim de infância, coleta e reciclagem de lixo;  equipes de ferreiros para fazer aquecedores a lenha de barris velhos, lojas e fábricas comunitárias de bicicletas.  A década de 80 foi marcada pelas drogas.  Em 82, o governo começou uma campanha difamatória contra Christiania:  a cidade-livre era considerada o centro das drogas do Norte da Europa e a raiz de muitos males.   A comunidade teve então que organizar programas de recuperação de drogados e expulsar comerciantes de drogas pesadas, como a heroína.  O mercado de haxixe continua funcionando normalmente.  O governo dinamarquês nunca deixou Christiania em paz, vários planos foram elaborados visando a "normalização e legalização" da área.
Em janeiro de 92, finalmente um acordo foi assinado.  Christiania já tinha mais de vinte anos de independência e provara ao mundo que é possível viver em liberdade.  Mesmo com o acordo, o governo ainda tenta controlar a cidade-livre.  A resposta veio no ano passado, com o lançamento do Plano Verde, onde os moradores de Christiania expressam sua visão de futuro e que rumos tomar.  A lenda de Christiania continua sendo escrita.

Christiania II:  Uma Cidade sem Governo
Christiania tem provado ao mundo que é possível viver numa sociedade sem autoridade constituída, sem delegação de poder através de mandatos e eleições.  A cidade-livre da Dinamarca criou um experimento social definitivo contra a idéia dominante de que a humanidade se autodestruirá se não existir um controle sobre a liberdade individual.  Os habitantes de Christiania decidiram correr o risco de andar na contramão da história.  Para eles, o governo, seja lá qual for, e seus mecanismos de administração pública são sinônimos de burocracia, abuso de poder e corrupção.
Vivendo sem a necessidade de leis que controlem a organização social, cada morador da cidade livre tem que fazer sua parte enquanto cidadão e confiar que todos farão o mesmo.  É uma nova ética de convivência, baseada na honestidade e na solidariedade.  Em 23 anos de existência, a cidade-livre sempre esteve associada a rebelião contra a ordem estabelecida e experimentando novos meios de democracia e formas de autogestão da administração pública.  
Christiania se organiza em vários conselhos, onde todos os moradores têm direito a opinar e discutir os problemas comunitários.  As decisões não são feitas por votação, mas sim através do consenso.  Isso significa que não é a maioria que decide e sim que todos tem que estar de acordo com as decisões tomadas nas reuniões.  Às vezes, contam-se os votos somente para se ter uma idéia mais clara das opiniões, mas essas votações não tem nenhum significado deliberativo, não contam como uma solução para os problemas da comunidade.
Christiania é dividida em 12 áreas, cada uma administrada pelos seus moradores, para facilitar o funcionamento dos serviços básicos.  As decisões tomadas sempre por consenso podem parecer difíceis para nós, brasileiros acostumados ao poder da maioria sobre a minoria (pelo menos, é assim que se justificam os defensores das eleições).  Mas para os habitantes da cidade-livre, o consenso só é impossível quando existe autoritarismo, quando alguém tenta impor uma opinião sem dar abertura para que outras idéias apareçam e até prevaleçam como melhor solução.
A experiência tem ensinado aos moradores de Christiania que cada reunião deve discutir só um assunto, principalmente na Reunião Comum, que decide sobre os problemas mais importantes da comunidade.  E, contrariando o pessimismo dos que não conseguem imaginar uma vida sem governo institucional, a utopia está dando certo:  a vida comunitária de Christiania preserva a liberdade individual e constrói uma eficiente dinâmica de relacionamento social, livre do autoritarismo e da submissão.  A cidade-livre vive o anarquismo aqui e agora.  


AÇÃO DIRETA
Os moradores da Christiania fazem questão de ser uma pedra no sapato do capitalismo.  Eles não se contentam apenas em incomodar os valores tradicionais da sociedade européia com a vida alternativa que levam.  Christiania também desenvolve várias atividades com o objetivo de contestar o sistema capitalista e divulgar as idéias anarquistas.  Durante os primeiros anos, a cidade-livre se tornou conhecida por suas ações no teatro e na política.  E quem conseguiu maior sucesso nessa área foi o grupo Solvognen.
Uma de suas ações diretas mais famosas foi em 1973, quando a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), uma espécie de braço armado dos Estados Unidos na Europa, realizou um encontro de cúpula em Copenhagen.  Inspirados no programa de rádio "Guerra dos Mundos" de Orson Welles, que simulou uma invasão de marcianos colocando em pânico a população norte-americana na década de 40, centenas de pessoas, lideradas pelo grupo de teatro de Christiania, fizeram parecer que um exército da OTAN tinha ocupado a Rádio Dinamarca e outros pontos estratégicos da cidade.  A impressão que se tinha era que a Dinamarca estava ocupada por forças estrangeiras.  Durante várias horas, o país inteiro ficou em dúvida se a invasão era teatro ou realidade.  A ação foi uma dura crítica a intervenção dos Estados Unidos na vida dos países europeus.
O Solvognen também usou a criatividade para contestar o comércio da maior festa do cristianismo.  Em 1974, o grupo organizou o primeiro Natal dos Pobres da Dinamarca.  Milhares de presentes foram distribuídos por um batalhão de Papai Noéis.  Detalhe:  os presentes eram artigos roubados das lojas de Copenhagen.  Resultado:  foram todos presos, mas o escândalo ganhou as manchetes dos principais jornais da Europa, com fotos de dezenas de Papais Noéis sendo carregados pela polícia.  Até hoje o Natal dos Pobres continua sendo organizado como uma tradição e todo ano aproximadamente 2 mil pessoas recebem uma grande ceia em Christiania.   (fonte:  http://somaterapia.com.br/pa_textos_interna.jsp?not_cd=7

sábado, 19 de novembro de 2011

A verdade sobre Coração Valente

Ontem revi o filme do Mel Gibson sobre o maior herói da Escócia, William Wallace - Braveheart. Pude ver como é um bom filme, contando uma história real na forma de filme. Explicando: há coisas meio absurdas que não acontecem na vida real, podemos citar a história de amor infantil, a apressada cena de traição, o bom humor na hora das batalhas sangrentas e a caricatura de Rober the Bruce como Darth Vader e seu pai como o Imperador Palpatine (quem conhece star wars vai identificar).

Quando estive na Escócia, pude notar o quanto os escoceses detestam o filme, há vários livros auto-intitulados: a verdadeira história de William Wallace, e outros mostrando as falhas do filme.

O motorista do ônibus em uma tour que fiz, ao narrar a história de William Wallace fez questão de frisar que 1. Ele nunca se pintou; 2. Nunca houve aquela história de amor e 3. não entendi o que ele falou (estou na dúvida até hoje)

Neste site, encontrei fatos importantes da história de Coração Valente http://www.highlanderbr.com/site/index.php/escocia/2004/11/18/p318


William Wallace é certamente um herói para os escoceses, mas a maior parte dele parece ter nascida de lendas.
Ele nasceu em Elderlie, na Paróquia de Paisley. Seu pai era servo do Alto Administrador da Escócia, James Stewart. É possível que Wallace tenha recebido educação em Paisley Abbey, pois parece que sabia latim e francês. Ele tinha tios sacerdotes e é provável que eles o tenham ensinado. Casou-se com Marian Braidfoot por volta de 1297 na igreja de St. Kentingern, em Lanark.
Como foi retratado no filme Coração Valente, Marian (ou Murron) foi assassinada a mando do xerife inglês de Lanark, William de Hazelrig, em maio de 1297. Entretanto, parece que, na verdade, ela foi morta porque Wallace fez mais do que protegê-la de um ataque dos soldados ingleses, como foi mostrado no filme. Parece que ele já havia se revoltado contra os ingleses quando eles mataram Marian em represália.
Como foi retratado no filme Coração Valente, Marian (ou Murron) foi assassinada a mando do xerife inglês de Lanark, William de Hazelrig, em maio de 1297. Entretanto, parece que, na verdade, ela foi morta porque Wallace fez mais do que protegê-la de um ataque dos soldados ingleses, como foi mostrado no filme. Parece que ele já havia se revoltado contra os ingleses quando eles mataram Marian em represália.
[Mais:]
Ao mesmo tempo em que Wallace estava atacando Hazelrig, Andrew Murray estava liderando um ataque contra os ingleses nas Highlands. Houve também outras rebeliões por todo o país naquela ocasião. A inquietação era devida à imposição de regras estritas aos escoceses depois que John Balliol, que esteve no trono da Escócia por um breve período, renunciou ao reinado. Edward I tinha o controle da Escócia, pois ela não tinha rei, e ele queria ter certeza de que os escoceses não se libertassem das suas mãos. Sob tal opressão, não foi surpresa que os escoceses reagissem, muitos deles, por serem pobres, usando como armas os implementos agrícolas.
O imenso ato de rebelião de Wallace atraiu a atenção das pessoas comuns e também dos nobres escoceses, nenhum deles querendo se submeter aos grilhões de Edward I. Eles, inclusive James Stewart, Sir James Douglas e Robert the Bruce, aliados com Wallace e sob a tutela do Bispo de Glascow, Robert Wishart, prepararam-se para se libertar dos grilhões dos ingleses.
Wallace e Murray ficaram chocados quando os nobres, que eram seus aliados, se renderam aos ingleses em nove de julho de 1297, em Irvine. Em resposta, os dois homens começaram a assumir o controle das forças rebeldes, que haviam se espalhado pelo país. Em agosto eles haviam consolidado os rebeldes em um só exército em Stirling.
Em 11 de setembro de 1297 as forças inglesas foram reunidas ao redor do Castelo de Stirling, ao passo que os escoceses estavam no lado oposto do rio Forth.
Tudo o que os separava era uma ponte sobre o Forth. Por serem mal comandados pelos seus líderes, os ingleses caíram em uma armadilha ao cruzarem a ponte e foram massacrados pelos escoceses. Foi uma vitória incrível para Wallace e Murray.
Infelizmente, Murray foi mortalmente ferido durante a batalha e morreu pouco tempo depois. Wallace assumiu o controle dos rebeldes, mas é sabido que ele perdeu um companheiro insubstituível em Murray. Ainda assim, Wallace liderou seus homens em um ataque mortal a County Durham, Inglaterra, em outubro. Em novembro ele e seus homens retornaram para a Escócia para esperar o inverno rigoroso. Durante esse tempo, ele reconsolidou suas forças.
Em março de 1298, Wallace foi feito cavaleiro, possivelmente pelo próprio Robert the Bruce, em Tor Wood e foi designado como Guardião da Escócia. O fato de um homem de seu meio ser designado para uma posição tão potencialmente poderosa, indicou o quanto ele era reverenciado pelos nobres, por seu papel em tentar libertar a Escócia, e como a liberdade era desejada pelos nobre escoceses.
Não existem provas de que Wallace tenha jamais usado mal o poder que lhe foi dado pelos nobres. Em vez disso, ele o usou com o melhor de suas habilidades para reunir os cidadãos e os nobres ao seu redor para lutar contra os ingleses. Isto é para seu crédito, pois muitos nobres poderiam não ter sido tão nobres na mesma posição. Wallace permaneceu firme e não desistiu do seu objetivo de liberdade para a Escócia.
Edward I e seus homens finalmente se dirigiram para a Escócia, em julho de 1298. Uma das táticas de Wallace era remover todos os animais e pessoas do caminho que os ingleses tomariam através da Escócia para encontrá-lo. Isso garantiria que os ingleses não encontrariam provisões nem informações ao viajarem para o norte.
Uma outra tática de Wallace era treinar seus homens para usar shiltrons - grupos de homens armados com lanças virados para todas as direções, formando uma defesa como a de um porco-espinho ou ouriço. No Braveheart, não foram usados shiltrons verdadeiros, mas foram substituídos por lanças longas usadas para defesa contra a cavalaria pesada inglesa. No entanto, os shiltrons haviam provado ser muito bem sucedidos em batalhas passadas. Portanto, Wallace e seus homens aguardaram os ingleses.
Infelizmente, o exército inglês era muito maior que o escocês e, a despeito dos melhores esforços de Wallace, os ingleses dizimaram os escoceses em Falkirk. O próprio Wallace mal escapou do campo com vida. Alguns historiadores acreditam que Robert the Bruce esteve envolvido no resgate de Wallace do campo de batalha, como foi mostrado no filme, mas outros colocam Bruce em Ayrshire, onde ele atacou o Castelo de Ayr, que estava sob ocupação inglesa.
Depois da horrível perda escocesa em Falkirk, Wallace renunciou como Guardião, embora não se saiba se ele o fez de vontade própria ou não. Robert the Bruce e seu primo John Comyn, the Red, foram indicados para substituí-lo naquela posição. Muito pouco se sabe sobre as atividades de Wallace depois da renúncia, até a sua captura e execução em 1304. Como foi retratado em Coração Valente, Wallace provavelmente liderou diversos ataques ao norte da Inglaterra. No entanto, o que não foi incluído no filme foi a possibilidade de Wallace ter ido para o continente para procurar ajuda de escandinavos, franceses e até do Papa. Uma carta de Philip IV foi enviada para Roma pedindo que Wallace recebesse a ajuda que fosse possível. Com base na data da carta, provavelmente Wallace estava em Roma em 1300.
Os ataques à Inglaterra continuaram em 1303, a maioria deles executados no estilo de Wallace, embora não saibamos se ele era realmente um membro desses grupos atacantes. No entanto, essas incursões adicionais à Inglaterra serviram somente para enraivecer ainda mais Edward I, de maneira que ele concentrou seus esforços em encontrar Wallace. Com a ajuda dos muitos escoceses que o acreditavam herói, Wallace conseguiu iludir Edward, pelo menos por algum tempo. Mas Edward submeteu os nobres escoceses à submissão com tanta força que os dias de Wallace estavam contados.
Embora nada seja sabido a respeito da verdadeira captura de Wallace perto de Glasgow, a não ser pelo fato de que ela foi realizada pelo escocês John Mentieth (ou, como dizem algumas fontes, pelo servo de Mentieth), sabemos que Wallace foi levado para Londres imediatamente, como é mostrado no filme, e chegou lá em 22 de agosto. Ele foi levado pelas ruas de Fenchurch na manhã seguinte, onde as multidões, da mesma forma que no filme, zombaram dele e lhe atiraram comida e pão podres. Os ingleses foram levados a acreditar que Wallace era um impiedoso fora-da-lei que havia morto ingleses inocentes e que deveria ser punido.
No Westminster Hall, Wallace foi obrigado a ficar em uma plataforma e usar o que alguns acreditavam que era uma coroa de espinhos. Ele ficou diante de uma magistratura designada por Edward. Curiosamente, uma das principais acusações contra ele era o assassinato do Xerife de Lanark, Hazelrig, oito anos antes. Outra acusação era, naturalmente, traição. As acusações eram lidas e a sentença pronunciada, como era costume do dia, pois os marginais, estando fora da lei, não tinham direitos. Wallace não teve oportunidade de falar em sua própria defesa.
A sentença foi executada imediatamente: Wallace foi amarrado com couro e arrastado por diversos quilômetros até Smithfield. Depois, como é mostrado no filme, foi enforcado até ficar quase inconsciente e então amarrado a uma mesa, estripado e suas entranhas queimadas ainda presas a ele. Provavelmente foi também castrado. Finalmente, ele foi libertado do seu sofrimento inimaginável pela decapitação. Seu corpo foi esquartejado, os pedaços enviados para Newcastle-upon-Tyne, Berwick, Perth e Stirling. Sua cabeça foi colocada em um pique na Ponte de Londres para que todos a vissem, como advertência para outros possíveis traidores.
As crenças de William Wallace são claras no que alguns dizem que era seu verso favorito, originalmente em latim:
Liberdade é a melhor de todas as coisas a ser conquistada, a verdade lhe digo. Então nunca viva com os grilhões da escravidão, meu filho.
E então foi no dia 3 de agosto de 1304 que Sir John Mentieth capturou William Wallace em algum lugar perto de Glasgow. Infelizmente, Mentieth havia estado do lado da liberdade dos escoceses algum tempo antes, mas ficou ganancioso e sucumbiu a Edward I. Como recompensa, ele foi feito xerife de Dumbarton. Embora não haja indicação de que Wallace estava a caminho para encontrar The Bruce quando foi traído, o filme foi preciso ao retratar a traição por um de seus próprios conterrâneos.

Hoje podemos ver vários monumentos escoceses a seu herói: um no Castelo Edinburgh, a um lado da entrada (The Bruce ocupa o outro lado); um em Lanark, em um nicho acima da porta da atual igreja da paróquia de frente para a High Street, e o mais famoso, em Stirling, no National Wallace Monument. Wallace vive na imaginação da Escócia.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Oliver Twist


Oliver Twist é um romance de Charles Dickens que relata as aventuras e desventuras de um rapaz órfão. É um dos romances onde o autor trata do fenômeno da delinqüência provocada pelas condições precárias da sociedade inglesa da época .

O livro foi, por diversas vezes, adaptado ao cinema. Destaca-se a adaptação de David Lean de 1948, que também adaptou ao cinema o livro Grandes Esperanças e David Copperfield, também de Dickens, e a versão de Roman Polansky, lançada nos cinemas em 2005.

Charles Dickens, um dos escritores mais vendidos da literatura inglesa, soube, como nenhum outro, mostrar a realidade social da revolução industrial, principalmente sobre a vida das crianças pobres e órfãs.

Oliver Twist foi a primeira criança a ser protagonista de um livro, em 1838.

Um dos personagens do livro, o judeu Fagin, teve sua história paralela contada em quadrinhos por Will Eisner (criador do Spirit) em 2005

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

A Mulher de Bath

Contos da Canterbury, de Geofrey Chaucer é um dos clássicos mais importantes da literatura inglesa, narra a peregrinação de 31 viajantes para a Catedral de Canterbury para reverências no túmulo de São Tomas Becket, um dos santos mais importantes da Inglaterra. Para que a viagem não fique tão cansativa, cada viajante fica encarregado de narrar um conto (seriam 4 na versão inicial, mas o autor morreu antes de completar a obra).

Uma das personagens mais enigmáticas é a Mulher de Bath (Bath é uma cidade pertinho de Londres que ainda abriga banhos romanos, daí seu nome). Ela tem uma personalidade super forte, fora casada 5 vezes e questiona muitas coisas com relação à moralidade, muito avançada para sua época, visto que Chaucer morreu em 1400, talvez a mulher de Bath tenha sido a primeira personagem feminista da literatura.

Abaixo algumas de suas falas:

Sobre seus 5 casamentos:
“Quantos, afinal, ela podia desposar? Até hoje, pelo que eu saiba, ninguém definiu esse número. Por isso deixo que os outros façam as suas suposições e as suas interpretações; quanto a mim, o que sei é que Deus, expressamente e sem mentira, ordenou-nos claramente isto: “Crescei e multiplicai-vos!”. E esse texto gentil entendo muito bem.” (Os Contos de Cantuária (The Canterbury Tales). Geoffrey Chaucer; apresentação, tradução direta do médio inglês e notas de Paulo Vizioli. São Paulo: T. A. Queiroz, 1988, pág. 137).

Sobre a virgindade:
    “E onde ordenou Ele a virgindade? Sem dúvida, sei tão bem quanto vocês que quando o Apóstolo Paulo falou da virgindade, reconheceu não ter qualquer preceito sobre o assunto: pode-se aconselha-la às mulheres. Mas aconselhar não é o mesmo que ordenar.” (Os Contos de Cantuária (The Canterbury Tales). Geoffrey Chaucer; apresentação, tradução direta do médio inglês e notas de Paulo Vizioli. São Paulo: T. A. Queiroz, 1988, pág. 138).

Sobre os órgãos genitais:
  “Além disso, gostaria que me dissessem: qual a finalidade dos órgãos de reprodução? E por que foram formados desse modo tão engenhoso? Acreditem-me, se foram feitos, é lógico que foram feitos para alguma coisa! Digam o que quiserem, - como dizem mesmo por aí, - que servem para a excreção da urina, ou então para distinguir fêmea de macho e nada mais...não é o que dizem? A experiência, contudo, prova que não é bem assim. Espero que os doutos não se zanguem comigo, mas, na minha opinião, eles foram feitos para as duas coisas, isto é, para o serviço e para o prazer da procriação ( dentro do que a lei de Deus estabelece). Se não fosse assim, porque está escrito nos livros que o homem tem obrigação de pagar seu débito à mulher? E como poderia ele pagar seu débito, a não ser usando aquele seu instrumentinho engraçado?” (Os Contos de Cantuária (The Canterbury Tales). Geoffrey Chaucer; apresentação, tradução direta do médio inglês e notas de Paulo Vizioli. São Paulo: T. A. Queiroz, 1988, págs. 138-139)

Sobre sua infidelidade:
  “Também jurava que minhas saídas à noite eram para espionar os seus encontros amorosos (dos maridos); e, graças a essa desculpa, pude ter muitas alegrias. Pois esses talentos já nasceram conosco: Deus quis que as mentiras, as lágrimas e as intrigas fizessem parte da natureza da mulher, em todas as idades. Por isso, há uma coisa de que me orgulho muito: no fim das contas, eu sempre levava a melhor em tudo, de um jeito ou de outro, por esperteza ou à força, e sempre com resmungos e queixumes.” (Os Contos de Cantuária (The Canterbury Tales). Geoffrey Chaucer; apresentação, tradução direta do médio inglês e notas de Paulo Vizioli. São Paulo: T. A. Queiroz, 1988, págs. 143).


E, por fim, um discurso que poderia ser usado em Sex and the City
 “Que Jesus Cristo mande a nós também maridos dóceis, jovens e fogosos na cama...e a graça de podermos sobreviver a eles! E, por outro lado, encurte a vida dos homens que não se deixam dominar por suas mulheres, e que são velhos, ranzinzas e avarentos...para esses pestes, Deus, envie a peste!” (Os Contos de Cantuária (The Canterbury Tales). Geoffrey Chaucer; apresentação, tradução direta do médio inglês e notas de Paulo Vizioli. São Paulo: T. A. Queiroz, 1988, págs. 156).