segunda-feira, 5 de setembro de 2011
Robert Bruce
Robert Bruce VII foi um dos mais famosos e corajosos guerreiros de sua geração. Comandou os escoceses durante as Guerras de Independência Escocesa contra o domínio esmagador da Inglaterra. Reivindicou o trono na qualidade de descendente (sexta geração) de Davi I da Escócia. Era o segundo conde de Carrick, para se distinguir do pai e do avô, que tinham o mesmo nome; ele é frequentemente referido como Robert Bruce VII, já que todos os primogênitos tinham o nome de "Robert". No fim da vida, doente, refugiou-se no castelo de Cardoss, na margem norte do Firth of Clyde. Era neto de Robert Brus V "o Nobre" ou "o Velho Pretendente" que, em 1286, quando morreu Alexandre III, tinha sido pretendente ao trono contra Balliol e contra os Comyn, poderosa família da época, que controlava grande parte da administração escocesa na corte.
Primogênito, foi o sétimo senhor de Annandale e Rei da Escócia em 1306. Seu pai, também chamado Robert Bruce, conhecido como Robert Bruce VI (1253-1304), senhor de Annandale, cujas terras sua família comandava havia gerações, era também conde de Carrick por direito de sua esposa, com quem se casou em 1271 e era senhor do castelo de Turnberry também pelo direito da esposa. O Condado de Carrick, no sudoeste da Escócia, não existia com esse nome até 1186. Toda a região sudoeste da Escócia era denominada Galloway, e era povoada por descendentes dos Pictos, possuindo um governo próprio (um rei ou sub-rei). Em 1186, para resolver um problema de herança e sucessão, Galloway foi amputado para que surgisse o condado de Carrick.
A juventude do futuro rei foi igual àquelas que são ensinadas aos jovens nobres e cavaleiros. Conviveu com as duas culturas reinantes naquela época: a gaélica, já que sua mãe descendia desse povo e as terras de Carrick eram gaélicas havia gerações, e com a anglo-normanda, que, vinda da Inglaterra, influenciava a Escócia. As duas casas reais tinham um longo passado de parentesco e a Escócia era vista como a irmã pobre da ilha, mais atrasada e rural do que a Inglaterra. Robert com certeza viajava muito com o pai entre as terras e castelos da família, Lochmaben em Annandale e Turnberry e Loch Doon em Carrick, passando temporadas nas terras inglesas, o que era comum, pois muitos lordes possuíam terras na nação vizinha. Robert também frequentou a corte de Eduardo I desde muito jovem por influência do pai, e jurou fidelidade ao rei inglês em 1296 enquanto conde de Carrick pois era costume no sistema feudal. Além disso, ele combatia o clã dos Balliol, que competiam com os Bruces pelo trono. Renovou o voto de homenagem mais tarde em Carlisle. Muito provavelmente era letrado e falava o latim, língua da igreja católica, o francês, falado constantemente na Inglaterra, e o gaélico escocês. Devia ser treinado nas artes cavalheirescas, na espada e na luta corporal.
Os Bruces são um interessante anacronismo. Eles absorveram aspectos de diferentes culturas, em especial da gaélica, de onde Robert tinha ascendência até seis gerações. Havia algumas similaridades entre a vida gaélica e a anglo-normanda que muito certamente definiram o jeito de ser do futuro rei: ambas toleravam certa violência e as duas davam grande valor à lealdade aos seus senhores e à sua identidade.
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